Resenha: "21" – Rage
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Não espere encontrar em “21” o lado orquestral do Rage presente em “Strings to a Web”. Essa face orquestrada ficará a cargo do Lingua Mortis Orchester, nome que a banda alemã escolheu, em referência ao cd “Lingua Mortis” (1996), para esse fim. Então, quando se ouvir falar em Rage, o direcionamento do som será com certeza bem pesado.
Pesado, para o trio de músicos, não se traduz por cru e direto. Nos seus 28 anos de existência, o Rage sempre se destacou por ser pesado. mas sempre muito elaborado, misturando vários estilos. Neste novo lançamento, produzido por Charles Bauerfeind e pelo guitarrista Victor Smolski, essa qualidade é mantida.
A faixa de introdução, “House Wins”, mostra que o título do álbum retrata não apenas o 21o lançamento do Rage, mas faz referência ao jogo de cartas. Com música e sons que lembram trilha sonora, a intro é perfeita para a entrada da pesada “Twenty One”, repleta de pedais duplos de bateria, de melodias ríspidas nas estrofes e melodiosas no refrão, e com um solo de guitarra original e cheio de efeitos.
Ainda mais pesada, na linha Megadeth, “Forever Dead” é thrash por ser agressiva e power pelo refrão grudento. Nela, Smolski mostra que consegue unir rapidez e melodia em seus solos. Mudando um pouco o estilo, o Rage mostra em “Feed My Pain” um prog metal com riff de metal clássico e passagens de guitarra à Eddie Van Halen.
Peavey surpreende e canta com vocais guturais em “Serial Killer”, que traz momentos puramente thrash, com pedal duplo disparado do batera André Hilgers, que substitui há quatro anos o badalado Mike Terrana.
Mantendo o peso e ideal para os “rageheadz” bangearem sem parar, “Psycho Terro” tem pegada bate-cabeça entrecortadas com partes pausadas. O thrash bay area tem lugar em “Destiny” e a balada heavy aparece em “Eternally”.
O álbum traz, assim, músicas que reúnem peso e classe, muito bem produzidas e com seis minutos de duração em média. Mostra que a decisão de dividir em dois nomes os direcionamentos da banda foi acertada, pois “21” contém tudo o que o fã da vertente heavy do Rage espera, sendo um dos melhores lançamentos recentes da banda. Resta, apenas, conferir se o Lingua Mortis Orchester, com público mais restrito, também terá a mesma sorte.
Por Eduardo Kaneco