Velhas Virgens lançam último álbum em vinil

O último disco das Velhas Virgens (19º da carreira) lançado em meio às muitas mudanças e dificuldades que todos viveram em 2020. A pandemia impediu que a banda continuasse a turnê, que começou no final de 2019, com o lançamento dos primeiros singles que anteciparam o disco completo.

O disco teve o lançamento online, mesmo sem definições e prazos para uma possível volta à normalidade. O rock não pode parar. E nem a maior banda independente do Brasil.   

Com 10 músicas, o álbum está sendo lançado em LP, com vinil de primeira qualidade. O disco nasceu para ser um EP e foi sendo aumentado e construído durante a pré-produção, antes mesmo dos ensaios com a banda. A ideia era fazer uma homenagem ao rocknroll dos anos 70, sem sair do estilo simples cultivado ao longo dos anos. Nem todas as músicas acabaram caminhando para isso, mas, no geral, foi possível chegar em um clima orgânico nas gravações e arranjos que nos remete ao rock setentista.

O disco inicia com “Mazzaroppi Blues” (Paulão de Carvalho), foi a primeira vez que a banda gravou uma música instrumental, com “riff” e melodia composta para gaita, um arranjo entre a surf music misturada ao rockabilly com pegada bem dançante.

Em seguida vem “O Bar Me Chama” (Paulão de Carvalho), que dá nome ao disco, um típico blues das Velhas Virgens, bem-humorado, chamando todos para a festa, com refrão grudento, “riff” de gaita e um arranjo mais elaborado com metais e coro lembrando os momentos mais pop de BB King.

“Leprechaun” (Paulão de Carvalho) aparece duas vezes, na primeira versão mais rock e na segunda, com a participação especial da banda paranaense “Terra Celta”, mais divertida com seus instrumentos diferentes e um tratamento “celta”, estabelecendo uma ligação sonora entre a festa de St. Patrick e o folclore brasileiro.

A stoniana “Brechó Cintilante” (Paulão de Carvalho) dá o clima rocknroll bem ao estilo dos anos 70 com uma gravação bastante orgânica. Conta a história de um bar lisérgico que aparece e desaparece no meio da serra da Cantareira onde pessoas de todas as épocas vão para dançar, curtir a música, boa comida e bebida. Até Raulzito dá as caras por lá.

“Não É Não” (Alexandre Cavalo Dias) é a música controversa feita sob medida para a vocalista, Juliana Kosso. A banda buscou seu arranjo em uma mistura de bandas dos anos 70 de diferentes vertentes como “Cream” e “Lynyrd Skynyrd”, a diferença vai para a temática feminista que dá voz ativa e protagonismo para a garota da banda.

O Rock mais pesado do disco fica por conta de “Carregue Sua Cruz Com Classe” (Paulão de Carvalho) com “riff” de guitarra simples e pesado, numa levada que evoca o pré-punk setentista, com  letra que fala de alcoolismo e de não colocar em risco determinadas coisas importantes da vida, encarando as agruras do dia a dia (como ter que ficar um tempo longe da birita e do bar) com algum bom humor.

“Vícios e Pecados” (Alexandre Cavalo Dias), fala de dor e separação que ficou ainda mais angustiante nessa interpretação e diante do cenário pandêmico que nos cerca. Com arranjo simples, refrão que cresce com a música, é uma balada que as Velhas costumam gravar em todos seus discos.

Outra novidade é a versão de Lousiana, um sucesso obscuro dos anos 70 na voz de Mike Kennedy e composta por Percy Mayfield, aqui em versão de Paulão de Carvalho aludindo a um casal de moças: Thelma & Louise? Não. Luisa e Ana.  A canção recebeu um tratamento sonoro mais pesado e direto com teclados do produtor, Gabriel Fernandes, guiando os arranjos.

Para fechar o disco os dois presentes para o público. A versão de “Leprechaun” com o “Terra Celta” e uma versão de “O Bar Me Chama” com direito a um divertido “coro de zumbis” finalizando o disco.

Lançamento com a parceria entre E-DISCOS.NET e a VinilOlds.

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