Van Halen, 1983: quando os gigantes pisaram no Brasil

Eddie Van Halen (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Eddie Van Halen (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Nada poderia ser mais impacte do que os mirabolantes e grandiosos shows de Alice Cooper e Queen no Brasil, ou o de Frank Sinatra espeta em um estádio do Maracanã com mais de 150 mil pessoas. Mas aí o rock pesado descobriu o Brasil e Van Halen e Kiss nos mostraram que a er dos “maiores espetáculos da Terra” estava só começando. Sem os dois megaespetáculos de 1983 não haveria Rock in Rio…

A América do Sul ainda era uma terra devastada pela violência e ignorância das ditaduras militares e quando Santana, Alice Cooper, Genesis e The Police se dignaram a trazer civilidade e rock’n’roll por essas bandas nos anos 70. Mas ainda era muito pouco. 

Os shows do Queen pelo continente em 1981, em especial os de São Paulo e Rio de Janeiro, pareciam abrir as portas dos grandes shows de rock para um público carente de supereventos, mas ainda demoraria dois anos para que o mundo do show business conseguisse enxergar as boas possibilidades no Hemisfério Sul

E coube ao Van Halen desbravar definitivamente as terras do Sul para que o rock internacional invadisse o Brasil. No tórrido janeiro de 1983, o quarteto era a principal banda do rock mundial e causou furor quando de seu anúncio da turnê sul-americana, que passou também por Porto Alegre, Buenos Aires, Montevidéu e Caracas.

Em 2008, a extinta revista Poeira Zine reconstituiu os passos da banda pelo Brasil e a loucura que acometeu os roqueiros paulistanos com a passagem pela cidade.

Como sempre, as filas davam voltas por todo o complexo, mas, por motivos ainda não esclarecidos, as três noites paulistanas não lotaram completamente, assim como em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. No entanto, o público superou facilmente os 30 mil pagantes na trinca de shows.

De acordo com o relato da Poeira Zine e também das reportagens publicadas nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, o Van Halen arrasou em apresentações vulcânicas e explosivas, por mais que as questões técnicas não tenham sido as melhores. Era difícil reconhecer as músicas além dos refrões e os próprios músicos sofriam com o retorno para saber quem estava tocando o quê.

Situação muito parecida com o que ocorreu seis anos depois nas lendárias primeiras apresentações do Motorhead no país. As dificuldades foram tão grandes no Ginásio do Ibirapuera que um dos shows foi interrompido no comecinho e remarcado para dois dias depois.

Se o Van Halen tinha tocado muito alto, o Motorhead, como um quarteto, ultrapassou qualquer limite de volume, o real motivo pelo estouro dos amplificadores à disposição em São Paulo. 

O ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, testemunhou uma das maiores aparições do grupo californiano, que curiosamente jamais voltaria ao Brasil, ao contrário de seu primeiro vocalista, David Lee Roth, que se tornaria atração frequente de festivais na América do Sul em carreira solo.

Foi o Van Halen que abriu as “portas do inferno” para que o rock internacional finalmente tomasse conta de nossas praias, nossos estádios, nossas rádios. Ao som de “Janie’s Crying” e “Running with the Devil”, o Van Halen estabeleceu o Brasil e a América do Sul como rota obrigatória para qualquer atração de rock minimamente relevante. 

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