Robert Plant sacode a poeira no moderno "Carry Fire" (2017)


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O novo lançamento de Robert Plant, “Carry Fire”, sacode a poeira de sua carreira com ousadia. Suas onze faixas revelam a criatividade das várias facetas do ex-vocalista do Led Zeppelin.
Plant inteligentemente brinca com seus fãs ao escolher como título da faixa de abertura o nome “May Queen”, termo que instantaneamente associa o hino maior do Led Zeppelin, “Stairway to Heaven”, cuja letra incluía a frase “It’s just a spring clean for the May queen”. Como era de se esperar, a nova composição nada lembra sua inspiradora. O violão está presente, mas acompanhado de pulsante percussão que remete a temas indianos, uma das fontes das músicas de sua carreira solo. Mas “May Queen” revela uma forte pegada que a distancia da sutileza presente em seus últimos lançamentos.
Essa força se confirma em “New World…”, no mesmo ritmo mid-tempo da faixa que a antecede, porém com melodia acessível que convida a cantar junto. A banda de apoio se destaca, e cabe aqui o registro de que Plant escolheu novamente a The Sensational Space Shifters para acompanha-lo, repetindo o que fez em “lullaby and…The Ceaseless Roar” (2014) seu disco anterior.
A voz de Plant soa deliciosa, sem gritos, com tom moderado, grossa, e talentosamente impondo as belas melodias das composições. Felizmente, ele não sucumbe à tentação de recitar as letras, preferindo cantar as músicas com sua inconfundível voz. “Carving Up The World Again… a wall and not a fence”, onde ele justapõe o vocal principal com o de apoio, comprova como ele está brilhante e moderno como vocalista.
A intimista “A Way of Words” remete às composições melancólicas que marcaram boa parte de sua discografia solo. Frases curtas com o mínimo de melodia, com grande influência de world music. Esse gênero também está presente em “Carry Fire”, onde Plant acompanha uma cítara que nos transporta ao Oriente Médio. “Heaven Sent”, que fecha o disco, segue o mesmo estilo.
Esse novo álbum mistura estilos. “Bone of Saints” traz o rock direto, com um toque moderno, no estilo de “Tall Cool One”, lançado no “Now and Zen” (1988). Já “Keep It Hid” é o oposto, com som eletrônico marcando a harmonia atônica, e com excerto instrumental que justifica sua classificação como rock alternativo.
“Carry Fire”, dessa forma, consegue a rara qualidade de um álbum que não permite o ouvinte antecipar como será a próxima faixa. Porque, aqui, cada composição é uma surpresa.

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