A história do AC/DC em perspectiva restrita


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No livro “Let There Be Rock: A História da Banda AC/DC”, a autora Susan Masino entrega ao leitor uma biografia escrita sob um ponto de vista limitado. A princípio, soa interessante que a história seja contada por alguém que conheceu a banda australiana desde suas primeiras turnês nos Estados Unidos e, ao longo dos anos, se tornou amiga dos seus músicos e roadies, porém, o que está nas páginas desta publicação desaponta.
Susan Masino é uma jornalista especializada em rock que escreveu alguns livros e matérias em revistas e jornais de pouca repercussão. Mora em Wisconsin, estado da região norte dos EUA, onde conheceu o AC/DC em 1977, quando escreveu sobre o show deles na sua cidade. Ela conta como a apresentação a impactou e como se tornou fã daqueles jovens músicos com atitudes simples.
A abordagem de Masino é demasiadamente regional. O contato com os membros da banda se restringe às visitas do AC/DC ao seu Estado. Indiretamente, recebia informações através da troca de correspondências com um dos técnicos das turnês, às quais ela dedica relevância exagerada. De fato, com base nos relatos do livro, ela sempre era reconhecida e bem recebida pelos músicos, e conseguia acesso aos bastidores nas apresentações em sua cidade natal, Madison. Essa facilidade, contudo, não permitiu a ela uma cobertura que fosse mais instigante para o leitor, principalmente pelo regionalismo da autora, que não acompanhava a banda nas turnês, nem mesmo as norte-americanas. Para obter mais informações sobre acontecimentos além de seu restrito perímetro de alcance, Masino recorre ao que já foi publicado em outros livros e revistas. Suas impressões mais pessoais aparecem em itálico, bem como relatos sobre sua vida privada, para separar da história do AC/DC – ou talvez para ajudar o leitor, avisando-o que ele pode pular essas partes porque nada acrescentam à biografia. O que também pode ser deixado de lado são as cartas do roadie Barry Taylor, transcritas integralmente durante os capítulos do livro, representando a principal fonte de informações para a autora.
A biografia segue ordem cronológica e chega até o álbum “Black Ice”, de 2008. Fecha com uma entrevista da autora que não esclarece quem responde suas perguntas. Pelos parágrafos anteriores, entende-se que Malcolm Young e Angus Young, os guitarristas do AC/DC, se encontravam no local, mas ela se esquece de revelar de quem era cada um dos depoimentos.
A edição brasileira acompanha esse desleixo, com erros de grafias de nomes de álbuns (“If You Wanna Blood”), desconhecimento de nomes de outras bandas (The Guess Who aparece como se fossem duas: The Guess e Who), e até mesmo ao se perder ao traduzir “friend” como amigo ou amiga da autora (na verdade, uma fotógrafa).
“Let There Be Rock: A História da Banda AC/DC” é uma leitura rápida, fácil, porém que não acrescenta muita informação a quem já conhece a história do grupo.

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