Yardbirds, um celeiro de craques – parte 3

Beck chega e também ‘apavora’
Beck fez duas audições de teste e foi imediatamente contratado. Acabou fazendo parte da época de outro dos Yardbirds, o período entre maio de 1965 e o final de 1966, quando a banda ganhou muito dinheiro, vendeu milhares de singles e LPs, além de iniciar a era das turnês pelos Estados Unidos. Enquanto isso, Eric Clapton entrava para o John Mayall’s Bluesbreakers, quinteto de blues famoso em Londres na época.
O sucesso foi demais para Samwell-Smith, cansado de brigar e discutir com Relf, Beck e Gomelsky. Largou a música e se tornou empresário e produtor do ramo musical. Foi a deixa para Jimmy Page deixar de vez a timidez dos palcos e assumir como baixista dos Yardbirds, a convite de Relf e do próprio Samwell-Smith.

Page tinha sido músico de algumas bandas na adolescência, mas abandonou as turnês por conta da saúde frágil – tinha problemas respiratórios. Aparentemente curado, embarcou na loucura dos Yardbirds em 1966. Dois meses depois, em comum acordo, trocou de instrumento com Chris Dreja, que era constantemente criticado por Beck.

A banda viveu uma fase criativa sem precedentes, mas o ego de Jeff Beck se encarregou de destruir o ambiente caótico, mas de imensa criatividade.

Yardbirds no final de 1966: Beck é o primeiro da esq. para a dir.; Page é o quarto

Às turras com Gomelsky e com Relf, e sentido-se ameaçado pelo aumento de espaço dado a Page, que se mostrou ótimo compositor, Beck decidiu abandonar o grupo ao fim de mais uma turnê americana, em novembro de 1966.
Apesar do rompimento, manteve a amizade com Page, que deu uma grande força no início da carreira solo de Beck, inclusive produzindo e tocando na faixa “Beck’s Bolero”, composição de Page que aparece em “Truth”, primeiro álbum de Jeff Beck Group, de 1968. Além de Beck e Page, tocaram na música John Paul Jones no baixo e teclados e Keith Moon (The Who) na bateria.