The Who encanta, The Cult reclama e Alter Bridge aproveita o espaço


Notice: Trying to get property 'post_excerpt' of non-object in /var/www/html/wp-content/themes/covernews/inc/hooks/blocks/block-post-header.php on line 43

Pete Townshend (The Who) – foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Na primeira noite do São Paulo Trip, na quinta dia 22, se apresentaram duas atrações do Rock in Rio, The Who e Alter Bridge, e também o The Cult, que excursiona pelo Brasil.
Às 18h15, ainda com apenas 30% do público que viria ao Allianz Park, o Alter Bridge entrou no gigantesco palco. “Come to Life”, do álbum “Blackbird”, abriu o show para espectadores que, na sua maioria, não conheciam o trabalho da banda nascida da união dos instrumentistas do Creed com o vocalista Myles Kennedy, famoso por aqui devido ao seu trabalho com Slash. Mesmo assim, o público respondeu positivamente, aprovando a música do Alter Bridge. A presença um tanto estática dos artistas no palco não prejudicou a aceitação, principalmente diante de belas composições apresentadas, como “Open Your Eyes”, “Metalingus” e “Rise Today”, que fecharam a apresentação. Ficou claro que Myles Kennedy definitivamente não é um vocalista versátil, cantando todas as músicas da mesma forma, confirmando o que já se desconfiava nos álbums que gravou com Slash. Porém, como o show durou pouco mais de uma hora, o Alter Bridge deixou uma boa impressão para o público que ainda não o conhecia, aproveitando o espaço de banda de abertura.
Já o The Cult, pelo contrário, se esqueceu seu papel na noite, como atração secundária, e não principal. Diversamente dos shows de sua atual turnê brasileira, o The Cult não estava diante de um público formado exclusivamente por seus fãs. O vocalista Ian Astbury reclamou da frieza dos espectadores, questionando se realmente ele estava no Brasil, pedindo para que todos se mostrassem mais presentes. Reclamou até de um cidadão na plateia que estava enviando mensagens pelo celular. O chilique de Astbury aconteceu justamente após a banda tocar “Deep Ordered Chaos” (do novo álbum de 2016) e a viajante “The Phoenix”, duas canções naturalmente mais paradas, e a primeira ainda desconhecida da maioria. Em um setlist com apenas 12 músicas, reduzida por ser um ato de abertura, faltou sensibilidade para a banda selecionar títulos com maior apelo do público que não é fã, como “Edie”, por exemplo, já que Astbury queria espectadores agitando mais. Prova disso é que “Sweet Soul Sister” começou a animar os presentes e o The Cult conseguiu recuperar o prestígio com a reverência ao The Who, que entraria logo a seguir, como atração maior da noite.
Roger Daltrey e Pete Townshend, já nos primeiros acordes de “Can’t Explain”, levaram à loucura o público que encheu o estádio. O setlist cobriu os maiores sucessos do The Who (a turnê se chama “The Who Hits 50”, título que brinca com a comemoração do cinquentenário da banda), divididos estrategicamente em alguns blocos dedicados a um álbum específico, como “Quadrophenia” e “Tommy”, ou as dobradinhas de “Who’s Next”.  Roger Daltrey alterou a interpretação original de algumas das canções, talvez para adaptar ao alcance de sua voz atual, apesar de surpreender a todos na noite de ontem, não recuando nos momentos mais gritados, como em “Love Reign O’er Me”. Contou com o apoio irrestrito dos animados fãs, que cantaram com vigor os hinos do The Who, criando momentos belíssimos em “See Me Feel Me”, “My Generation”, “Behind Blue Eyes”, e tantos outros. O baterista Zak Starkey incorpora o finado Keith Moon, e não à toa. Ele, filho de Ringo Starr, recebeu liçoes do próprio Moon quando ainda bem jovem. No show, a câmera contribui nessa semelhança filmando em ângulos frontais que Moon tornou icônicos. Pete Townshend continua aquela figura impositiva no palco, girando os braços para tocar as cordas de sua guitarra, com uma certa agressividade que se transformou em palavras de agradecimento carinhoso por se apresentarem pela primeira vez na América do Sul. Um gesto sincero, mas humilde, de uma das personalidades mais respeitadas do rock, que emocionou os fãs que aguardaram tantos anos para vê-los ao vivo. O bis não programado de duas músicas extras coroou a apresentação histórica. Que o público do Rock in Rio receba o The Who com o mesmo respeito e entusiasmo amanhã, quando tocar antes do Guns N’Roses.
Setlist do Alter Bridge no São Paulo Trip:
Come To Life
Addicted to Pain
Ghost of Days Gone By
Cry of Achilles
Crows On a Wire
Waters Rising
Isolation
Blackbird
Open Your Eyes
Metalingus
Rise Today
 
Setlist do The Cult no São Paulo Trip:
Wild Flower
Rain
Dark Energy
Peace Dog
Lil’ Devil
Deeply Ordered Chaos
The Phoenix
Rise
Sweet Soul Sister
She Sells Sanctuary
Fire Woman
Love Removal Machine
 
Setlist to The Who no São Paulo Trip
I Can’t Explain
The Seeker
Who Are You
The Kids Are Alright
I Can See for Miles
My Generation
Bargain
Behind Blue Eyes
Join Together
You Better You Bet
I’m One
The Rock
Love, Reign O’er Me
Eminence Front
Amazing Journey
Sparks
Pinball Wizard
See Me, Feel Me
Baba O’Riley
Won’t Get Fooled Again
5:15
Substitute
 
Fotos: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts (Facebook)
 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *