Roger Waters revisita o passado em EP gravado durante a pandemia

Roger Waters em seu estúdio caseiro na pandemia (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Roger Waters em seu estúdio caseiro na pandemia (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Roger Waters fez muitas lives e manteve o ativismo em dia durante a pandeia de covid-19, mas aproveitou para mergulhar no passado e resgatar algumas pérolas de seu tempo de Pink Floyd e lançar em um formato diferente.

O EP “The Lockdown Sessions”, recém-lançado, estará disponível apenas nas plataformas digitais. No material de divulgação, ele contou que a última turnê que realizou, um grande sucesso mundial, impactou diretamente na elaboração do EP.

“Nossa turnê Us and Them durou três anos”, disse Waters. “Em cada show fazíamos o bis com ‘Mother’ depois que encerrávamos a parte principal com ‘Comfortably Numb’. Não me lembro o porquê de começar a fazer outras músicas. Seja como for, em algum ponto após o fim da turnê eu comecei a pensar: ‘Isto poderia se tornar um álbum interessante, com todas músicas diferentes do bis'”.

Três das seis músicas do “The Lockdown Sessions” – “Mother”, “Vera” e “Comfortably Numb 2022” – foram lançadas originalmente pelo Pink Floyd no “The Wall”, de 1979. Outras duas, “Two Suns in the Sunset” e “The Gunner’s Dream” saíram no “The Final Cut” de 1983, e “The Bravery of Being Out of Range” veio do álbum solo de 1992 de Waters, “Amused to Death”.

“The Final Cut” é considerado praticamente um álbum solo de Waters, gravado e lançado no auge de desavenças internas que culminaram com a implosão da banda e a saída do baixista e vocalista selada em 1985, embora desde o final das sessões de gravação do disco já se sabia que os três remanescentes não voltariam a trabalhar juntos.

Nick Mason, o baterista, tirou longas férias e decidiu virar piloto semiprofissional de stock car nos Estados Unidos. David Gilmour gravou e lançou o álbum solo “About Face” em 1984 e saindo em turnê pelos Estados Unidos, quase ao mesmo tempo em que Waters gravava e lançava “The Pros and Cons of Hitch Hinking”, com participação de Eric Clapton, que seria o parceiro na turnê. Rick Wright, tecladista demitido da banda em 1979, tinha virado músico de estúdio.

Roger Waters chegou a anunciar em uma entrevista, no final de 1984, que o Pink Floyd tinha acabado, mas foi desmentido dias depois por Gilmour, que declarou não ter mais interesse em trabalhar com o baixista – ou seja, estava demitindo colega.

Depois de dois anos de batalhas jurídicas, Waters foi forçado a aceitar um acordo em que ele deixava o Pink Floyd, mas ganhava s direitos autorais sobre a obra “The Wall”. Quase que ao mesmo tempo, o Pink Floyd com Mason, Gilmour e a volta de Wight como convidado lançava “Momentary Lapse of Reason” já em 1987.

Diante desse histórico, surpreende que Waters tenha retomado canções de um disco que certamente não é um dos melhores momentos de sua carreira e do Pink Floyd.

“The Final Cut” tem todas as músicas de autoria do baixista e é todo dedicado a Eric Fletcher Waters, pai de Roger, que morreu em combate na praia de Anzio, na Itália, em setembro de 1944, lutando contra os nazistas durante a II Guerra Mundial. Roger tinha menos de um ano de idade quando o pai morreu. Pelo menos uma música do disco é maravilhosa: “The Gunner’s Dream”, uma das canções mais tristes e desesperadas de todos os tempos.

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