Livro conta a história do Korzus


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No deserto de informações qualificadas a respeito do rock nacional desde sempre, surge em boa hora a obra “Guerreiros do Metal”, que conta a história de quase 40 anos da banda paulistana Korzus, pioneira do rock pesado brasileiro ao lado dos paraenses do Stress.

Lançado oficialmente em meados de dezembro passado, o livro é de autoria de Mauricio Panzone, que dedicou muito tempo a entrevistas com personalidades e figuras que fizeram parte da trajetória do quinteto.

Não espere um primor de estilo. É uma obra documental, com o objetivo de resgatar uma história não tão esquecida. O grande mérito de Panzone, editor de um fanzine sobre metal nos anos 80, é lançar luz a praticamente toda a história dos primórdios do heavy metal nacional.

É clichê dizer que a vida do Korzus se confunde com a história do rock pesado brasileiro. No entanto, é a verdade incontestável: o quinteto paulistano ajudou a plantar as sementes ue deram origem a bandas tão distintas quanto Golpe de Estado, Dorsal Atlântica e Sepultura.

É violência sonora em estado puro mesmo no início, quando a banda ainda tateava o mercado em busca de um caminho e de um som próprio.

O punk rock foi uma influência – mais na atitude do que propriamente no som, já que a molecada gostava mesmo era de heavy metal -, só que o tipo de violência que queriam era outro.

O Venom começava a ganhar destaque na Inglaterra por volta de 1983, época em que se disseminava a música do Iron Maiden por aqui, assim como os roqueiros começavam a curtir Saxone já veneravam de paixão Judas Priest.

A carreira solo de Ozzy Osbourne e o peso descomunal de Black Sabbath com Dio nos vocais também mexeram bastante com a galera, mas foi a explosão do thrash metal californiano que pareceu indicar uma possibilidade. E então o Korrzus se tornou a pancadaria em forma de música no Brasil, assustando muita gente e atraindo uma legião de fãs.

Korzus em sua formação atual (FOTO: DIVULGAÇÃO)

“Tivemos total autonomia para fazermos as coisas, já que não havia interferência externa. No começo, até fui atrás de algumas editoras, mas decidimos fazer do jeito que queríamos, sem pressa. Ao longo do tempo mandei alguns textos para a banda. Tenho uma amizade grande com o Dick [Siebert, baixista]. Às vezes eu ia à casa dele e ficávamos conversando. Na verdade, o livro é uma celebração, abordo alguns temas mais indigestos, mas não os exploro, porque não tem lado, a intenção é apenas celebrar a cena”, disse Panzone ao site das revista Roadie Crew, que teve a preciosa ajuda do editor e especialista em biografias Marcelo Viegas.  

Realmente, o teor do texto é bem brando e quase que só aborda fatos históricos sem preocupação com análise ou interpretação dos acontecimentos. Não chega a ser um texto “chapa branca”, mas a simpatia pela banda e pelos membros é explícita, e o autor não esconde que tem grande amizade com os músicos, que colaboraram bastante e totalmente. Não está errado quem considera o livro como uma biografia autorizada.

Mesmo assim, “Guerreiros do Metal”, nome de uma canção fundamental na carreira do Korzus, é um livro importante porque registra momentos preciosos do rock brasileiro e consegue estabelecer a ligação entre a carreira do grupo e o desenvolvimento do rock mais pesado no Brasil.

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