Banda Shaman chega ao fim após divergências políticas e de comportamento

Menos de 12 horas depois de anunciar nas redes sociais que o Shaman não exista mais, o guitarrista Hugo Mariutti e seu irmão, o baixista Luis Mariutti, divulgaram uma nota oficial em nome da banda confirmando a informação. Foram apenas cinco linhas para dizer que a banda encerra as atividades e que os compromissos já agendados serão cumpridos.

O estopim da crise foi o comportamento do baterista Ricardo Confessori, que discutiu nas redes sociais com fãs e internautas, apelando para xingamentos homofóbicos, entre outras agressões verbais/escritas.

A defesa intransigente do bolsonarismo, dos atentados terroristas em Brasília e de uma ditadura militar no Brasil or parte do baterista também contribuíram para o desfecho triste de uma história due quase 23 anos.

O vocalista Alírio Netto, que estava na banda desde a morte de Andre Matos, em 2019, publicou a seguinte nota nas redes sociais: “Estar nessa banda foi uma das grandes honras que eu tive nessa vida. Infelizmente devido aos acontecimentos do dia de ontem, fica claro que não tem mais clima pra continuar. Repúdio à qualquer comentário homofóbico, racista, machista, discurso de ódio, e descabido de qualquer empatia! Gostaria de agradecer aos meus companheiros de banda pela confiança e por essa jornada incrível! Gostaria também de agradecer aos nossos verdadeiros fãs que sempre nos deram o suporte! E principalmente gostaria de agradecer ao nosso saudoso “Andre Matos” por ter me ensinado tanto através de suas músicas”.

O Shaman tinha tudo para ser uma das bandas mais importantes do cenário latino-americano, rivalizando em nível internacional com o Angra, que foi a sua origem. Entretanto, demorou a decolar e, quando isso aconteceu, sofreu a primeira grande mudança de formação.

Surgiu em 2000 após a grande cisão no Angra, então estabelecido internacionalmente. O vocalista André Matos, o baixista Luis Mariutti e o baterista Ricardo Confessori saíram por conta de divergências na condução da administração da banda por parte dos empresários da época.

Os três se juntaram a Hugo Mariutti, guitarrista e irmão mais novo de Luis, e formaram o Shaman. Lançaram dois álbuns de estúdio e um ao vivo, além de emplacar a música “Fairy Tales” na trilha sonora da novela “O Beijo do Vampiro”, de 2003, na TV Globo.

Em 2006, nova ruptura: Confessori ficou sozinho por questões de artísticas e administrativas e reformulou a formação, trazendo o vocalista Thiago Bianchi e o baixista Fernando Quesada, entre outros.

Dois CDs de estúdio e um ao vivo depois, nova debandada e Confessori ficou sozinho de novo. Os músicos que saíram formaram em 2011 o Noturnall.

O baterista Ricardo Confessori colocou a marca em hiato e foi tocar com a sua banda solo e, depois, em rápido retorno, no Angra.

Foi só após algumas disputas pelo nome Shaman que ele topou a volta dos membros originais, com o acréscimo do tecladista Fabio Ribeiro, para turnês bem-sucedidas.

O nome da banda já pertencia a André Matos, que o cedeu a Hugo Mariutti, e todos discutiam a gravação de um novo CD em 2019 quando veio a morte do vocalista, em 2019, aos 47 anos, em consequência de um ataque cardíaco.

Refeitos do golpe, convidaram Alírio Netto (ex-Age of Artemis e atual Queen Extravaganza) para ser o vocalista no seguinte. Foram vários shows e o lançamento do ótimo álbum “Rescue” em 2022 e o Shaman se preparava para mais uma turnê nacional quando a separação foi anunciada neste janeiro de 2023.

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