Yardbirds, um celeiro de craques – parte 4 – final
O fim
A saída de Beck iniciou a decadência da banda. O empresário Gomelsky perdeu o interesse, e os músicos começaram a se desencantar com a carreira após vários singles de vendas fracas e um LP, “Little Games”, de 1967, massacrado pela crítica. Apesar do entusiasmo e do empenho de Page, a banda como quarteto já tinha morrido. Faltava enterrar.
O fim aconteceu em março de 1968, após uma turnê norte-americana fracassada. Cada um foi para um lado. Dreja virou um conceituado fotógrafo de rock e de moda, enquanto que Relf e McCarty fundaram o Together, que depois virou o Renaissance. Durou pouco a parceria e seguiram caminhos diferentes. O vocalista morreu eletrocutado em sua casa, em 1976, durante um ensaio.
Page e o então novo empresário, Peter Grant, ficaram com um mico na mão: tiveram de adiar a turnê escandinava por dois meses, mas teriam de cumprir as dez datas, sob pena de pagar pesada multa.
Nova vida, nova banda
Os dois rapidamente procuraram músicos para reformar os Yardbirds e conseguiram a rápida adesão de John Paul Jones, multi-instrumentista, produtor e excelente músico de estúdio.
Na semana seguinte, após um não do cantor pop Terry Reid, os três assistiram a uma apresentação da Band of Joy em Birmingham, no interior da Inglaterra, e ficaram hipnotizados com Robert Plant, o cantor, que não demorou a aceitar o convite de Page – a dica tinha sido dada pelo próprio Reid.
John Bonham, o baterista, era amigo de Plant e tocava como músico contratado de vários artistas de renome na época e relutou em aceitar, já que ganhava muito bem.
Banda formada, foram 40 dias de ensaios para que os quatro, sob o nome de New Yardbirds, fizesse alguns shows em Londres antes da turnê escandinava.
Na volta, só deu tempo de entrar em estúdio para gravar as músicas do primeiro LP e embarcar para uma turnê norte-americana do comecinho de 1969. A banda já tinha outro nome: Led Zeppelin.
Nos anos 90 Chris Dreja e Jim McCarty reformaram os Yardbirds após algumas reuniões comemorativas, mas não tiveram a adesão de nenhum dos três gênios guitarristas.
Os dois recrutaram músicos de apoio para uma série de turnês pelo mundo. Em 2003 lançaram “Birdland”, um constrangedor álbum, que só reforçou a opinião do mercado: não passavam de covers de si mesmos.