Um balanção da maratona de rock de setembro
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Um ano diferente, com muito mais rock do que se imaginava. Tdo bem, é ano de Rock in Rio, isso já era esperado, mas o São Paulo Trip, criado na cola do festival carioca, fez toda a diferença.
Em um mês cheio e custoso para os fãs, teve música para todos os gostos e rock de todos os tipos. O heavy metal andou sumido, mas o rock pesado esteve presente em várias atrações – não deixa de ser um consolo para a turma do metal.
Se comercialmente o dois festivais não eram concorrentes, artisticamente a coisa foi diferente. Na imprensa especializada, entre análises exultantes e até mesmo certos delírios, ficou a sensação de que os shows paulistas, no geral, foram melhores.
Colaboraram para isso dois fatores: o local em São Paulo, Allianz Parque, ser uma arena multiuso projetada para todo tipo de evento; e o gigantismo do Rock in Rio, que provoca, de certa forma, uma dispersão de atenção e foco – sem falar na questão dos equipamentos, mais fáceis de gerenciar em um evento menor como o São Paulo Trip.
No balanço geral, Bon Jovi e Guns N’ Roses não fracassaram no Rock in Rio, mas suas apresentações deixaram a desejar basicamente por problemas nas vozes dos vocalistas. Aparentemente, as duas bandas se redimiram posteriormente em São Paulo, com apresentações bem superiores.
The Who foi o grande vencedor da maratona de rock em setembro. Banda estreante no Brasil e na América do Sul, finalmente veio para o nosso hemisfério em um momento que completa 55 anos de existência (contando o período como The Detours, de 1962 a 1964).
Intenso, coeso e com domínio perfeito de palco e performance (até mesmo os erros foram considerados “charmosos”), o grupo inglês fez apresentações tão imponentes e interessantes como há muito não se via no Brasil – a imponência e a qualidade só têm comparação com as recentes passagens de David Gilmour e Roger Waters, ambos ex-Pink Floyd.
Liderado por dois setentões, o Who conseguiu com sobras o que somente o Guns N’ Roses parece ter conseguido – juntar várias gerações de roqueiros ávidos por presenciar um show de uma lenda do rock – dos gigantes dos gênero, era o último que faltava trocar por aqui.
Quem se saiu bem também foi Alice Cooper, com sua performance teatral e rigorosa, mostrando um hard rock clássico que impressiona por sua perfeição.
Quase setentão, o cantor e sua performance melhoram a cada ano, e a cada show o instrumental se torna mais intenso e dramático, revelando uma qualidade extraordinária de seus músicos.
Pode-se dizer também que o Aerosmith teve desempenho altamente positivo, em shows que surpreenderam também pela intensidade e por uma entrega fenomenais no palco.
Se no ano passado a banda foi criticada em São Paulo por fazer um show meio que no piloto automático e por privilegiar demais o aspecto comercial, com toneladas de baladas, em 2017 o rock and roll ganhou mais espaço, assim como o blues,
O quinteto já tinha feito um show ótimo no Rock in Rio, mas foi em São Paulo que a situação atingiu o patamar de memorável – tão memorável que exigiu enorme esforço do vocalista Steven Tyler, 69 anos de idade.
O resultado é que ele ficou doente no dia seguinte à apresentação paulista, o que obrigou a banda a cancelar o resto da turnê latino-americana, que incluía shows em Curitiba, Rosário (Argentina) e Cidade do México.
Def Leppard era outra atração esperada que brilhou mais em São Paulo do que no Rio. No Allianz Parque, com som melhor e uma performance mais inspirada, conseguiu levantar a plateia que ansiosa esperava o Aerosmith. No Rio, o show foi mais morno e teve pouco impacto.
The Cult, Alter Bridge e Tyler Bryant tiveram passagens discretas pelo Brasil, sofrendo por uma falta de interesse evidente por seus trabalhos, especialmente em São Paulo.
Especificamente no Rock in Rio, o primeiro final de semana, dedicado ao pop, teve o grande Nile Rodgers e seu Chic balançando a gigantesca plateia e nada mais de interessante.
Red Hot Chili Peppers fez um bom show no encerramento do festival, enquanto que as bandas brasileiras foram bem e agitaram bastante, como Titãs, Sepultura, Raimundos, Republica, Skank, Capital Inicial e Jota Quest.
A maratona de setembro tirou o fôlego físico e financeiro do público brasileiro, mas a coisa não vai parar. A quantidade de shows internacionais importantes promete esfolar as finanças dos roqueiros neste fim de ano – lembrem-se, tem U2 e Green Day, por exemplo.