Tony Iommi, o ‘criador’ do metal com o Black Sabbath, chega aos 75 anos
Tony Iommi (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Tony Iommi, o mestre dos riffs pesados completou 75 anos em 19 de fevereiro. O inglês que tinha um dos avôs brasileiro foi forjado na dificuldade e na dureza, assim como os colegas de Black Sabbath e outros músico de rock da cidade industrial Birmingham que rivalizava com a capital, Londres em tudo.
Qual o real tamanho da importância de Tony Iommi para a cultura ocidental e para o rock? Como qualificar um músico genial que praticamente criou – ou deu forma – um gênero/subgênero musical?
“Que tipo de realidade paralela viviam os hippies de merda e, 1969 e 1970? O mundo em guerra no Vietnã, na África e zzno Oriente Médio, metade do planeta passando fome e os caras cantando sobre flores e babando no ‘paz e amor’? Nós na dureza de Birmingham e os caras fumado maconha no parque ensolarado? Aparecemos para foder tudo e mostrar a nossa realidade, e a guitarra de Tony explodiu as cabeças”, disse o vocalista do Black Sabbath, Ozzy Osbourne, no começo dos anos 70. Não existe definição melhor para a importância do som da guitarra de Iommi.
Se efetivamente/eventualmente não criou o heavy metal, ele o formatou e criou os riffs e achou os timbres que moldaram os gostos e as aspirações de ao menos cinco gerações de músicos ao longo dos últimos 53 anos.
Os acordes iniciais da tenebrosa “Black Sabbath”, a canção, abriram as portas do inferno e libertaram os demônios que aterrorizariam pais, professores, educadores e executivos da música por muito tempo.
Aquele timbre cavernoso, pesado e que faziam tremer as paredes, aliados aos contos de terror e letras espertas de Geezer Butler e Ozzy Osbourne transformaram o mundo do rock e criaram novas possibilidades de criação, além de tornar o rock ainda mais perigoso, contestador rebelde.
O músico que teve de se reinventar como guitarrista após um acidente na fábrica, no último dia de trabalho – perdeu a ponta de um dedo – percebeu que tinha um horizonte promissor quando entendeu o que estava fazendo nos ensaios e achando deu modo de tocar.
Ainda não sabia a dimensão do que estava criando com o Black Sabbath, mas sabia perfeitamente que tinha tomado a decisão certa ao deixar o Jethro Tull duas semanas depois de admitido. Estava longe dos amigos, tinha dificuldade de entrar de cabeça no folk blues progressivo da banda e, principalmente, não aguentava a tirania do líder, o cantor e flautista escocês Ian Anderson.
Também não gostava de Londres, especialmente quando estava sem dinheiro e não sabia quando entraria algum pagamento. Nem mesmo a participação do programa de TV “Rollin Stones Rock’n’Roll Circus”, gravado no começo de dezembro de 1968, o cativou.
O Jethro Tull era a banda novata escolhida para abrir os trabalhos em que outros artistas participaram – os Stones receberam so amigos Eric Clapton, John Lennon, Taj Mahal, a banda The Who, Mitch Mitchell (baterista de Jimi Hendrix) e alguns outros.
Iommi estava entre a realiza do rock inglês da época, mas não estava feliz. Anderson percebeu logo o que estava acontecendo e o liberou antes do Natal para voltar a Birmingham.
“Achei que seria um bom substituto para Mick Abraham, Tony tinha o blues no sangue, mas o coração não estava conosco. ele queria outro tipo de som. Sua pegada era um pouco agressiva demais para o folk que eu tinha em mente. quase ao mesmo tempo conheci Martin Barre, que entendeu melhor o que eu queria. Foi consensual a decisão de sua saída”, disse Ian Anderson em entrevista à TV Gazeta em 1988, em sua primeira passagem pelo Brasil, e que repetiu a esse jornalista do Combate Rock em São Paulo, antes de um show em 2003.
Iommi conheceu alguns de seus heróis, mas não se importou. ao longo do tempo ficou quase tão grande quanto alguns deles e conseguiu duas proezas: ser reconhecido nas primeiras notas de sua guitarra e virar sinônimo de “gênero” musical amado por milhões de pessoas no mundo inteiro.
É praticamente inútil decifrar e descrever o som da guitarra de Tony Iommi. É preciso escutar Black Sabbath”, “Heaven and Hell”, “War Pigs”, “Iron Man”, “Born Again” e “Disturbing the Priest” para entender a essência do heavy metal a importância do som da guitarra de Tony Iommi. Gênio? Em toda a plenitude da palavra.