Resenha: "The Mystery of Time" (2013) – Avantasia


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Apesar de ser um projeto, desde 2001 o Avantasia já lançou 9 CDs/EPs antes de “The Mistery of Time”. Com certeza, é o projeto mais estável do universo metal. Méritos para Tobias Sammet, vocalista do Edguy, banda que lançou 12 CDs/EPs no mesmo período.
“The Mystery of Time” representa o trabalho mais maduro do Avantasia. Seu instrumental está mais elaborado, contando até com arranjos de uma orquestra de verdade, a German Film Orchestra Babelsberg. As linhas vocais soam menos melódicas e grudentas, o que representa um defeito, para muitos fãs. Afinal, eles sentirão falta daqueles hinos característicos para cantarem junto com o cd. Apesar disso, segundo o site de Tobias Sammet, este lançamento conquistou boas posições nas paradas europeias: 5ª posição na Suíça, 2ª na Alemanha, 9ª na Suécia.
Os instrumentistas fixos são Tobias Sammet (baixo), Sascha Paeth (guitarra), Michael “Miro” Rodenberg (teclados, Kamelot) e Russell Holbrook (bateria, Uriah Heep). E a lista de convidados famosos é extensa, o que torna divertido adivinhar quem canta ou toca em cada faixa.
Um dos talentos de Tobias Sammet é saber adequar os vocalistas convidados em composições que se encaixam com seus estilos. Michael Kiske, assim, canta na faixa “Where Clock Hands Freeze” como se estivesse no Helloween. Biff Byford entra nas passagens NWONHM de “The Orchid” e “Savior In The Clockwork”. Ronnie Atkins (Pretty Maids) emprega sua voz rasgada na heavy “Invoke The Machine”. A voz limpa de Eric Martin fica, claro, para a balada “What’s Left Of Me”.
O talento de Tobias vai além disso, é claro. Não há dúvida de que ele tem um dom musical nato. Por isso, sem ser um erudito, conseguiu empregar com maestria a orquestra. Ouça por exemplo “Spectres”, “The Great Mystery”, “Savior In The Clockwork” e “Black Orchid”. Tobias surpreende como baixista também – vide “The Watchmakers Dream”.
A composição mais diferente do cd, “Sleepwalking”, tende para o pop rock, com palhetadas leves e dueto de Tobias com a vocalista Cloudy Yang. Apesar de ser uma das faixas lançadas como single, não agradará a todos os apreciadores do Avantasia.
A bela capa caberia nos melhores livros de literatura infanto-juvenil. A obra é do britânico Rodney Matthews, o ilustrador das capas de “No Mean City” (Nazareth), “Aqua” e “Arena” (Asia), “Crazy Nights” (Tygers of Pan Tang) e vários discos do Magnum.
Destacam-se as músicas “Spectres”, “The Watchmakers Dream” (power metal com órgão Hammond tocado por Ferdy Doernberg), “Black Orchid” e “Where Clock Hands Freeze”, que formam uma sequëncia matadora que abre o cd, “Invoke The Machine”, “What’s Left Of Me” e “Dweller In a Dream”.
O álbum perde muito de sua força com “Savior In The Clockwork” e “The Great Mystery”, as duas faixas mais longas, com mais de dez minutos de duração, que trazem várias partes diferentes, algumas boas, mas nem todas funcionam bem e pela repetição cansam. Se fossem mais enxutas, contribuiriam para uma melhor fluência do disco como um todo.
Para aqueles que querem descobrir todos os vocalistas convidados em “The Mystery Of Time”, além dos já acima identificados, relacionamos a seguir. Michael Kiske canta também em “Dweller In a Dream” e “Savior In The Clockwork”. Bob Catley (Magnum) faz os vocais em “The Great Mystery”. Joe Lynn Turner aparece discretamente em “Spectres”, “The Watchmakers Dream”, “Savior In The Clockwork” e “The Great Mystery”. Para os brasileiros, sente-se a ausência de André Matos, que esteve presente em álbuns anteriores do Avantasia.
Quanto aos solos de guitarristas convidados, comparecem  Bruce Kulick (nas faixas 3, 6, 10), Oliver Hartmann (4, 7, 10), Arjen Lucassen (2).
Faixas:

  1. Spectres
  2. The Watchmakers’ Dream
  3. Black Orchid
  4. Where Clock Hands Freeze
  5. Sleepwalking
  6. Savior In The Clockwork
  7. Invoke The Machine
  8. What’s Left Of Me
  9. Dweller In A Dream
  10. The Great Mystery
Por Eduardo Kaneco

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