Resenha: "Into The Storm" (2014) – Axel Rudi Pell


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Ainda que nunca tenha chegado ao mainstream, o guitarrista alemão mantém firme a sólida trajetória da banda que leva seu nome, iniciada em 1989. “Into the Storm” já é seu 16 álbum de estúdio.
A formação da banda Axel Rudi Pell continua estável, contando desde 1997 com o vocalista Johnny Gioely (desde 1997) e com o tecladista Ferdy Doernberg (teclados), sem falar no baixista Volker Krawczak, companheiro de Axel Rudi Pell desde 1984, quando integraram o Steeler alemão. A única novidade está nas baquetas, e a troca sugere que Axel não se incomoda com bateristas que gostam de se mostrar: saiu Mike Terrana para a entrada do experiente Bobby Rondinelli (cuja carreira extensa conta com passagens por Blue Öyster Cult, Quiet Riot, Black Sabbath, Doro e outros).
Axel Rudi Pell é comumente lembrado por seguir as influências de Ritchie Blackmore (Deep Purple). Já gravou várias covers do seu ídolo, como “Mistreated”, “Stargazer”, “Temple of the King” e aqui apresenta “Way to Mandalay” como faixa bônus. Esta composição faz parte da atual fase de Blackmore, onde, ao lado de sua esposa Candice Night, toca música medieval. Esta versão começa com violino (tocado por Leonor Bloch) e outros instrumentos acústicos, mas cresce e incorpora os demais elementos elétricos, resultando num rock bem mais agradável de se ouvir do que a gravação original. Aliás, se Blackmore não tivesse sido tão radical em suas opções musicais nos últimos quinze anos, provavelmente estaria lançando disco soando dessa forma. Ou como “Burning Chains”, quarta faixa de “Into the Storm”, muito calcada na fase Rainbow de Blackmore. Não é à toa, além disso, que Bobby Rondinelli (ex-Raimbow) está agora na banda.
Mas “Into the Storm” vai além do legado Blackmore. Os riffs soam agressivos e os solos sede guitarra se destacam pela velocidade, em faixas como “Tower of Lies”. Em outras, primam pela sutileza, vide a instrumental “White Cats (Opus #6 Scivolare)”.
Elementos orientais invadem os mais de dez minutos da épica canção-título, levada em ritmo cadenciado, como uma embarcação navegando pelos mares em guerra, tema de suas letras. A pouca variação nas harmonias reforça o clima de sacrifício. “Long Way to Go” poderia ser a sequência dessa estória, porém com uma embalagem bem mais leve, quase pop.
Axel Rudi Pell sempre adorou baladas, por isso já lançou quatro coletâneas intituladas “The Ballads”. Neste lançamento, essa veia romântica aparece na mediana “When Truth Hurts” e no belo início da  longa “Touching Heaven”. Essa predileção por músicas lentas deve ter pesado na época em que recrutaram o vocalista Johnny Gioely. A voz do novaiorquino tem um quê de melancólico, comparável com a de Robin McAuley (McAuley Schenker Group). Essa característica é bem aproveitada nas melodias de “High Above” e na versão mais densa e chorosa já registrada para “Hey Hey My My”, de Neil Young.
O baixo de Volker Krawczak ressoa nas músicas com destaque, e junto aos teclados de Ferdy Doernberg (ex-Rough Silk), compõem uma interessante base para os demais companheiros. Bobby Rondinelli tem uma pegada firme e consegue a proeza de fazer cada batida ser ouvida sem se misturar com as demais, provando que foi uma ótima escolha para o lugar de Terrana.
A incrível ilustração da capa é obra do ilustrador inglês Martin McKenna. A produção ficou a cargo do próprio Axel Rudi Pell e do renomado Charlie Bauerfeind. Todas as faixas e letras foram compostas por Axel, exceto “Hey Hey My My” (Neil Young) e “Way to Mandalay” (Blackmore e Candice Night).
 

Por Eduardo Kaneco

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