Resenha de show: Glenn Hughes – Carioca Clube – 18/09/2016

Glenn Hughes retorna ao Brasil para seis apresentações entre 15 e 23 de setembro, coincidindo com a vinda do Whitesnake, do seu amigo David Coverdale, que tocará aqui a partir do dia 20. Prato cheio para os fãs do Deep Purple, ex-banda dos dois músicos.
A formação em power trio – o baixista e vocalista está acompanhado por Søren Andersen (guitarra) e
Pontus Engborg (bateria) – é um atrativo a mais, pois permite a apreciação não só do indiscutível talento de Glenn Hughes no microfone, mas também no instrumento de quatro cordas. Além disso, a apresentação do artista é sempre uma oportunidade de se assistir um show mais orgânico, onde a espontaneidade tem lugar garantido.
E assim começou o show, com Pontus Engborg puxando o ritmo e Glenn Hughes clamando pelo agito do público para receber “Way Back to the Bone”, clássico do Trapeze. Afinal, a carreira do astro conta com outros nomes importantes da história do rock, além do Deep Purple. O suingue dessa música, muito apreciado por Hughes, marca sua movimentação pelo palco. E já respondendo à expectativa, a versão apresentada abre espaço para a improvisação perto do seu encerramento, aumentando a extensão da canção. Do Trapeze, viriam ainda, em momentos separados, “Touch My Life” e “Medusa”.
O repertório incluiu a parceria que Glenn Hughes teve com Pat Thrall, com quem, aliás, fez alguns shows recentemente. Um dos frutos desse trabalho foi “Muscle and Blood”, a segunda da noite. Mais para frente, viria também o sucesso “First Step of Love”.
Da carreira solo, o baixista tocou “Orion”, “Can’t Stop the Flood” e “Soul Mover”. Entre as muitas declarações de amor pelos fãs brasileiros, Hughes anunciou que o próximo disco solo sairá em novembro e será o mais pesado que já lançou.
Ainda sobre seus futuros trabalhos, Glenn Hughes confirmou que o Black Country Communion, com Joe Bonamassa, Derek Sherinian e Jason Bonham, voltará no próximo ano. Na noite no Carioca Club, essa fase foi representada por “One Last Soul” e a pesada “Black Country”, ambas muito bem recebidas pela plateia.
Mas, claro que as músicas que mais agitaram o bom público presente foram as do Deep Purple. “Stormbringer”, “You Keep On Moving” – em versão diferente da original e com final incrementado – e “Burn”, que fechou a noite.
O guitarrista Søren Andersen demonstrou sua competência ao tocar partes originalmente pertencentes a gigantes do rock, como Ritchie Blackmore, Tommy Bolin, Mel Galley, Pat Thrall e Joe Bonamassa. O dinamarquês já havia vindo ao Brasil com Huges em 2009 e hoje toca também com Mike Tramp (White Lion).
Ficou evidente a ótima forma do veterano Glenn Hughes. Sua habilidade com o baixo podia ser comprovada toda vez que entrava o solo de guitarra, quando precisava sustentar a base somente acompanhado da bateria. E seu vocal continua com o mesmo alcance de sempre. E com um feeling inigualável, que fez alguns fãs lamentarem a ausência de “Mistreated” no set list.
 

Por Eduardo Kaneco

 
 
SET LIST:

1 Way Back to the Bone
(Trapeze song)
2 Muscle and Blood
(Hughes/Thrall song)
3 Orion
4 Touch My Life
(Trapeze song)
5 First Step of Love
(Hughes/Thrall song)
6 Stormbringer
7 Medusa
(Trapeze song)
8 Can’t Stop the Flood
9 One Last Soul
(Black Country Communion song)
10 You Keep on Moving
(Deep Purple song)
11 Soul Mover
Encore:
12 Black Country
(Black Country Communion song)
13 Burn
(Deep Purple song)

 

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