‘Live at Pompeii’, do Pink Floyd, ganha nova versão em áudio
Faz sentido fazer um show para ninguém na plateia, nas ruínas de uma cidade da antiguidade? Para o Pink Floyd fez todo o sentido em 1972, quando instalou seu equipamento na destruída Pompeia, nos arredores de Nápoles, no sul da Itália. O local escolhido foi uma cidade romana destruída em 79 a.c. após a erupção do vulcão Vesúvio.
“Live at Pompeii’ se tornou uma das peças mais estranhas e cultuadas do mundo do rock, a ponto de suas imagens e áudios serem valorizadíssimos como bootlegs nos anos 70.
O lançamento do vídeo, em versão editada, foi lançada em 1972 e foi tratado como uma excentricidade de uma banda de rock progressivo tresloucada. Hoje o evento é tratado como um evento muito importante na história do rock.
Uma versão em DVD, com o devido tratamento e colorizada/recuperada foi lançada no começo os anos 2000 e reeditada em 2012 e 2016. O áudio ganhou nova mixagem a partir de fitas masters também recuperadas e depois de um tratamento rigoroso.
Para a comemoração dos 50 anos do vídeo, novas versões chegaram lojas, e a tecnologia atual melhorou o que já era muito bom. O resultado de 2022 é fabuloso.
A ideia de filmar e gravar em Pompeia foi do cineasta Adrian Maben, que era fã do Pink Floyd. Ele passou férias no sul da Itália, na região de Nápoles. Enquanto procurava seu passaporte perdido no anfiteatro de Pompeia, concorrido local turístico, analisou o visual e a acústica do local.
Foram três dias de viagem da Inglaterra para Pompeia. Lá descobriram que não havia fornecimento de energia elétrica no local. O problema foi resolvido com um cabo de força saindo de uma igreja próxima.
Ao todo, banda e equipe investiram na gravação – de 4 a 7 de outubro de 1971. Mesmo assim, algumas das performances foram concluídas em um estúdio em Paris.
Três das oito canções são memoráveis e fazem parte das melhores passagens do rock: “Echoes part I”, “Set the Control From the Heart of the Sun” e “Careful With the Axe, Eugene”, o auge do experimentalismo sonoro e musical da banda, algo que se refletiria dois anos depois com o lançamento de “The Dark Side of the Moon”.