Filme conta a história do lendário Twisted Sister
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We Are Twisted Fucking Sister! (2014) 135 min. Dir/Rot: Andrew Horn. Com Jay Jay French, Dee Snider, Eddie ‘Fingers’ Ojeda, Mark Mendoza, A.J. Pero, Suzette Snider, Phil Carson, Mike Corcione, Joe Gerber, Peter Hackett, Randy Jackson, Bobby Jordan, Jim Steen.
A história antes de “I Wanna Rock”
Documentário sobre a banda de heavy metal que ficou famosa nos anos 1980, quando seus videoclipes “We’re Not Gonna Take It” e “I Wanna Rock” marcavam presença maciça na televisão, principalmente na MTV. Surpreendentemente, o filme aborda somente a fase que antecedeu o sucesso do LP “Stay Hungry” (1984), que continha essas composições. E é justamente esse recorte que o torna interessante.
O roteiro segue a cronologia da história da banda, acompanhando as origens de Jay Jay French e suas primeiras bandas, nos subúrbios de Nova York. Foi com o guitarrista que se iniciou a opção de tocarem maquiados e vestidos como mulheres. Seu grupo começou a se destacar no circuito de bares da região, mas problemas com bebidas acabaram levando à dissolução. Bom para Jay Jay, pois aí entrou o vocalista Dee Snider, cuja presença de palco catapultou o Twisted Sister a um nível superior.
Mas isso acontece na primeira metade do documentário, portanto, os músicos ainda teriam que ralar bastante até chegar à época de “Stay Hungry”. E ambos comentam, em entrevistas separadas, que se algo poderia dar errado para o Twisted Sister, com certeza daria. E são vários relatos que comprovam esse pessimismo. Quando a banda estava lotando vários bares e agendada para tocar várias noites por semana, foi decretada uma lei que proibia os menores de idade de beberem álcool. Como os jovens eram a maioria do seu público, tal ato reduziu drasticamente a receita do Twisted Sister.
O maior drama sempre foi conseguir assinar com uma gravadora para lançarem um disco. Tanto que, mesmo quando tinham uma legião de seguidores presentes em vários shows lotados de quarta a domingo toda semana, a banda ainda não tinha lançado um disco sequer. Foram várias propostas que não deram certo. Um empresário sofreu um enfarto no dia seguinte a prometer contratá-la, outro faliu quando o sócio o roubou. A Atlantic Records americana sempre se recusava a leva-la a sério, mesmo com um de seus executivos apostando na banda. Foi só depois de conseguirem gravar na Atlantic da Inglaterra, com o renomado produtor Phil Carson, que as coisas mudaram de verdade.
O documentário é recheado de histórias peculiares. Houve um momento em que a banda, que tinha uma atitude violenta que incitava o público, era chamada para os bares que rescindiam seu contrato de locação do imóvel peleando com o proprietário. Assim, aproveitavam a ira gerada pelos maquiados artistas para que a plateia destruísse o local.
O Twisted Sister pregava o ódio contra a música disco e flagelavam um boneco de Barry White. Isso parou quando tocaram em uma cidade do interior que se empolgou com a destruição do manequim por motivos racistas. E os músicos se sentiram enojados com isso.
O filme traz cenas raras de apresentações nos bares nova-iorquinos e também no Reading Festival, onde o gigantesco público de quatro mil pessoas costuma arremessar objetos no palco em direção a bandas novas. Quando isso aconteceu, Dee Snider chamou quem queria arremessar para uma briga, e conseguiu resolver a situação. Mas talvez a imagem mais marcante seja a aparição na tevê britânica com a presença de Lemmy Kilmister e Robbie Robertson do Motörhead.
O clima lembra um pouco o premiado documentário “The Story of Anvil” (2008), sobre a banda canadense que também sofreu horrores na carreira, porém o tom era mais melancólico, enquanto esse do Twisted Sister trilha o caminho do humor, até porque o grupo americano atingiu muito mais sucesso.
Para quem prefere assistir um show da banda, existe no mercado o dvd “Live at Wacken – The Reunion“.