Erasmo Carlos morre aos 81 anos exaltado como um gigante da música brasileira
Erasmo Carlos (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Tremendão ou Gigante Gentil. Escolha o apelido que mais represente a figura maiúscula de Erasmo Carlos, pioneiro e fundamental nome do rock nacional em todos os tempos.
Morto aos 81 anos nesta terça-feira, 22 e novembro, em consequência de problemas respiratórios e pulmonares, chegou a ser internado no começo do mês para tratar uma síndrome edemigênica. Ficou uma semana internado, mas voltou para casa aparentemente bem de saúde.
A doença ocorre quando há um desequilíbrio das forças bioquímicas que mantêm os líquidos dentro dos vasos sanguíneos e geralmente é causada por patologia cardíacas, renais e dos próprios vasos.
Erasmo teve mais de 60 anos de carreira e compôs e gravou mais de 600 canções, sendo também um campeão de produtividade. Entre seus clássicos estão “Sentado à Beira do Caminho”, “Minha Fama de Mau”, “Mulher”, “Quero que tudo vá para o inferno”, “Mesmo que seja eu” e “É proibido fumar”.
Muita gente o conhece apenas como “parceiro de Roberto Carlos” nos dourados do início do rock e da Jovem Guarda. Sim, foram parceiro muitos anos, mas o cantor e compositor teve importante carreira solo e fez sucesso com uma espécie de soft rock misturado com a clássica MPB dos anos 70. Com ou sem Roberto Carlos, foi um campeão de vendas e de execuções de canções no rádio.
Nasceu no Ri de Janeiro como Erasmo Esteves, e adotou o “segundo nome” em homenagem ao parceiro e amigo Roberto, que conheceu no fim dos anos 50 com a turma no Bar do Divino, na Rua do Matoso. O encontro ocorreu durante um concerto de Bill Haley no Maracanãzinho.
Enquanto a amizade com Roberto se fortalecia, passou por grupos musicais como os Snakes, ao lado de outros tijucanos, mas que durou só até 1961. Sem acreditar que conseguiria seguir sozinho na música, ele decidiu, então, trabalhar como assistente do apresentador e produtor Carlos Imperial, que o ajudou a dar o próximo passo, rumo a outro grupo musical.
Como expoente da música jovem carioca, destacou-se ao lado de Jorge Ben e Tim Maia no incipiente cenário e enveredou para o rock e a música pop ao lado de Roberto Carlos, ganhando proeminência dentro do movimento Jovem Guarda, que tinha ainda a cantora Wanderléa como destaque.
Pouco antes cantou junto com a banda Renato e Seus Blue Caps, conhecida pelas versões em português de canções dos Beatles e de outros nomes importantes do rock dos anos 60.
Generoso e extremamente gentil, cantou no primeiro Rock in Rio, em 1985, mesmo sendo hostilizado pelo público de apreciadores de heavy metal, os “metaleiros”.
Vaiado e atingido por objetos, cantou de modo firme e sempre minimizou o episódio, preferindo valorizar a importância do evento e de sua trajetória. Foi desse modo que Erasmo Carlos quis ficar conhecido: um artista agregador e extremamente apaixonado pela música e pela vida.