Eddie Van Halen faz 65 anos
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A última revolução da guitarra no rock surgiu na pequena cidade holandesa de Nijmegen. Ou pelo menos é assim que boa parte dos críticos musicais tratam a maneira de tocar de Eddie Van Halen, que completa 65 anos neste mês de janeiro em meio a uma dura batalha contra um câncer na garganta, segundo a imprensa norte-americana.
Talvez os mesmos críticos pudessem olhar com um pouco mais de carinho para Dimebag Darrell, do Pantera, mas, de qualquer forma, não estão equivocados.
O líder do Van Halen surgiu como um furacão na Costa Oeste norte-americana em 1975. Com algum apoio de Gene Simmons, do Kiss, a banda que era Mammoth e virou Van Halen construiu base sólida no que se convencionou chamar de hard rock angariou seguidores de forma poucas vezes vistas no país. Quando “Van Halen”, o primeiro álbum, chegou às lojas em 1978, os portões foram arrombados.
Eddie redefiniu vários parâmetros na execução técnica e expandiu os limites da criatividade na busca por timbres e invenção de sons. Ninguém, nem remotamente, tinha chegado perto das experiências que o jovem holandês radicado na Califórnia resolveu fazer, muito menos nos resultados impressionantes.
Ele absorvia de tudo, de Eric Clapton a Jimi Hendrix, de Jimmy Page a Brian May, de Ritchie Blackmore a Jeff Beck, e transformava em um som único e regado a inovação, inventividade e inteligência.
“Runnin’ with the Devil”, “Ain’t Talkin’ ‘Bout Love”, a versão de “You Really Got Me”, dos Kinks e quase todas as faixas do álbum traziam uma série de inovações sonoras que poucos instrumentistas conseguiram no rock – e, quem sabe, na música.
Ainda que Steve Hackett, do Genesis, alegue ter sido um dos pioneiros da técnica do tapping, foi a maestria de Eddie que disseminou a então novidade e o transformou em um guitar hero, a ponto de ser recrutado para tocar com Michael Jackson nos anos 80.
O Van Halen se tornou um símbolo dos novos tempos, e deu uma injeção de ânimo e qualidade no hard e no heavy metal dos anos 80, ao mesmo tempo em que a New Wave of British Heavy Metal fazia o mesmo. O quarteto se tornou um colosso e contaminou o meio musical com as novas técnicas de guitarra e gravação.
Gigante e multiplatinado, o Van Halen sobreviveu com qualidade à saída do performático vocalista Dave Lee Roth em 1985, mas mudou radicalmente seu som com a chegada de Sammy Hagar, perdendo um pouco da espontaneidade e adquirindo um tom mais sério, mais AOR (Album Oriente Rock).
Eddie continuou sendo admirado, mas já se notava uma perda de brilho a cada álbum da nova fase: continuava tocando muito, mas as composições já não seguiam mais o padrão de qualidade.
Depois de “Balance”, de 1995, e da subsequente saída de Hagar, a banda perdeu o rumo, ficou à deriva, perdeu tempo com o bom vocalista Gary Cherone (Extreme) e afundou no limbo.
Eddie ficou doente, teve de combater um câncer bucal enquanto tentava mais uma vez se livrar das drogas e do álcool no começo do novo século.
Novas tentativas com Roth e Hagar naufragaram, para que o renascimento viesse ao lado do irmão Alex, do filho Wolfgang no baixo (substituindo o agora ex-amigo Michael Anthony), que finalmente convenceram Roth a voltar.
Três turnês foram suficientes para que a banda decidisse reciclar ideias antigas e criar um novo álbum, “Different Kind of Truth”, em 2012, 14 anos após o último CD de inéditas. Funcionou, com o guitarrista tendo lampejos da genialidade do inicio de carreira. Os velhos truques de sempre (no bom sentido) estavam lá, embora houvesse a falta de um pouco mais de empolgação. Mas o mestre estava de volta.
A volta do Van Halen foi uma tapa na cara dos que enterraram banda por conta dos hiatos e das divergências internas. Mesmo acomodado, Eddie mostrou que gênio mesmo em um momento diferente e esquisito da carreira.
Quando ele toca, todos para para ver e escutar, da mesma forma que ocorre com Eric Clapton, Jeff Beck, Jimmy Page e alguns outros. O mago holandês está em boa companhia.