Black Sabbath relança dois primeiros álbuns com Ronnie James Dio
O risco era muito grande. Sem Ozzy Osbourne nos vocais definitivamente, o Black Sabbath terminava o ano de 1979 de forma claudicante. Geezer Butler, o baixista, Estava em um tumultuado processo de divórcio, enquanto o baterista Bill Ward penava em mais uma reabilitação por conta de vícios e excessos diversos.
Sobrou para o guitarrista Tony Iommi tentar salvar alguma coisa das sessões de ensaios com o vocalista Ronnie James Dio, ex- Rainbow, e o auxiliar faz-tudo Geoff Nicholls, tecladista, guitarrista e baixista que tocava na banda Quartz.
O tumulto ra tão grande que Iommi pensou em desistir. Dio insistiu, Butler e Ward voltaram a tempo de ajudar em algumas composições e gravar um dos maiores discos de heavy metal de todos os tempos, lançado em 1980.
“Heaven and Hell” ganhou algumas reedições neste século, e mais uma chega às lojas de todos os tipos neste mês de novembro.
Remixado e remasterizado, o renascimento do Black Sabbath tem faixas bônus, a maioria delas ao vivo gravadas nos Estados Unidos entre 1980 e 1981, em versões melhores mais vigorosas do que as registradas e tratadas no álbum ao vivo “Live Evil”, de 1982, que acabou resultado em brigas homéricas e na saída de Dio e do baterista Vinnie Appice – que tinha substituído Ward no ano anterior.
Ainda em novembro chega o disco seguinte, com Dio, lançado em 1981. A receita para “Mob Rules” será a mesma, com faixas adicionais com lados b de singles/compactos versões ao vivo.
“Heaven and Hell” chegou em 1980 ao 9º lugar na parada britânica e 28º nos Estados Unidos, melhor desempenho desde “Sabotage” (1975). É o terceiro mais vendido da carreira da banda, atrás apenas de “Paranoid” e “Master Of Reality”. Ganhou disco de platina em território norte-americano e prata na Inglaterra.
“Mob Rules”, por sua vez, foi o primeiro a contar com o baterista Vinny Appice no lugar Bill Ward que saiu por conta de problemas de saúde agravados pelo alcoolismo.
Inicialmente, a ideia era gravar tudo em um estúdio construído pelos próprios músicos, para economizar custos. Porém, após não encontrarem o som desejado, partiram para Los Angeles com o produtor Martin Birch, que ficou famoso ao trabalhar em vários discos do Deep Purple e do Iron Maiden.
Se não atingiu os mesmos patamares em termos de vendas que o anterior, foi bastante elogiado por críticos musicais, que o consideraram, em alguns aspectos, superior e a definitiva ressureição do Black Sabbath.
A questão é que o bom resultado no estúdio foi obtido em meio a muitas desavenças, que culminaram nas saídas de Dio e Appice em 1982 – formaram a banda Dio, que lançaria dois discos geniais – “Holy Diver” e “The Last in Line”, nos dois anos seguintes.