Alice Cooper chega aos 75 anos como o maior nome do rock teatral
Alice Cooper deixou a banda Alice Cooper e iniciou a carreira solo como Alice Cooper. a piada é antiga e recorrente, mas define bem a evolução da carreira de Vincent Furnier, que se tornou Alice Cooper ainda nos anos 60 e ficou eternizado no personagem.
Aos 75 anos, o cantor que é considerado o precursor do rock teatral e das performances bombásticas, influenciando Queen, King Diamond, Kiss e milhares de outros artistas importantes, simboliza algo de melhor que o rock produziu.
Alice Cooper, a banda, se tornou um dos nomes mais importantes do rock pesado dos anos 70 e da música americana na mesma época. Furnier logo se apropriou do personagem, para surpresa de todos os integrantes.
Quando a banda se desfez, em 1975, o vocalista simplesmente seguiu usando o nome e, aparentemente, ninguém protestou, o que só aumentou a confusão: afinal, quais são os discos da banda e o discos solo do cantor Alice Cooper.
O próprio cantor nunca se importou com isso e se diverte em algumas entrevistas com as confusões e fatura em cima disso. De vez em quando ele aceita reunir os sobreviventes da banda original em turn~es comemorativas e álbuns solo, mas ele faz questão de deixar claro: Vincent Furnier é Alice Cooper.
Seu álbum mais recente, “Detroit Stories”, de 2022, está recheado de convidados e é uma prova de que continua relevante mesmo chegando aos 55 anos de carreira, reunindo uma coleção de canções que homenageiam a sua cidade natal e, por tabela, a sue carreira fenomenal.
A carreira solo decolou na segunda metade do anos 70, rendeu discos importantes e alguns hits improváveis, mas são ainda os clássicos lançados com a banda que continuam mais lembrados, como “School’s Out” e “Billion Dollar Babies”.
É impossível não curtir coisas como “Elected”, “I’m Eighteen”, “School’s Out”, “No More Mr. Nice Guy”, “Poison”, “How You’re Gonna See Me Now” (ok, é uma balada/baba, assim como “Only Women Bleed”…) e várias outras que ajudaram a moldar o hard rock clássico.
Se hoje as performances de decapitação dele e de bonecos soam ridículos – assim como os bons truques de ilusionismo -, no início de carreira era a parte alta do show, a ponto de gerar protestos do conservadores com a “excessiva violência dos shows” – como se s filmes de terror que existem desde os anos 20 fossem menos violentos e impactantes…
A teatralidade de Alice Cooper é diretamente identificada nos shows de Kiss e King Diamond. O cantor dinamarquês é cria direta da linhagem criada pelo cantor americano e sempre ressaltou a total influência. Dá para identificar ecos da importância de Alice Cooper na banda brasileira Secos & Molhados, teatral por excelência.
Prestes a encerrar as atividades, a banda Alice Cooper considera como um de seus pontos altos a passagem pelo Brasil em 1974, quando foi considerada a primeira grande atração internacional de rock a tocar por aqui e causar impacto imenso.
Ninguém sabe até hoje qual o público que compareceu ao shows do Anhembi, em São Paulo, mas ha que garanta que superou os 100 mil espectadores, em uma catarse cultural jamais vista no país até então. Alice Cooper, o cantor, nunca se cansa de reverenciar aquele show como o mais impactante de sua carreira.
Alice Cooper representa o que de melhor o rock produziu em sua história e impulsionou a indústria do entretenimento na busca por excelência e novas formas de espetáculos, cada vez mais interativos e conectados com outras e múltiplas possibilidade/oportunidades.
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