Álbuns do Black Sabbath da fase ‘turva’ dos anos 80 serão relançados
Depois de meses de especulação, o guitarrista Tony Iommi (ex-Black Sabbath) finalmente confirmou que vai relançar em 2023 cinco álbuns de sua antiga banda que foram gravados entre 1989 e 1995 e lançados pela gravadora IRS, a chamada era “Tony Martin”, em alusão à presença do cantor inglês que passou pelo grupo na época.
Martin já havia antecipado que Iommi tinha planos neste sentido durante a divulgação do álbum solo “Thorns”, do ano passado. Em várias entrevistas, o cantor comentou que tinha reatado a amizade com o guitarrista e que havia planos para os relançamentos.
Aparentemente, Iommi não gostou muito da “antecipação” da informação e manteve silêncio por meses, para constrangimento de Martin.
Foi a era mais difícil dos 50 anos de Black Sabbath, em que os músicos entravam e saíam sem nem mesmo gravar uma música. Alguns apenas tocaram em turnês, preenchendo buracos. Outros, como o baixista Laurence Cottle, participaram de sessões no estúdio e em alguns shows, e garantem que “fizeram parte” da banda.
Alguns historiadores contestam, e Tony Iommi, o único que participou de todas as formações desde 1968, mantém silêncio sobre isso e, em sua autobiografia “Iron Man”, praticamente nem toca no assunto.
A previsão é de que sejam relançados neste ano os álbuns “Headless Cross” (1989), “Tyr” (1990), “Cross Purposes” (1994) e “Forbidden” (1995), além do ao vivo “Cross Purposes Live” (1995). “Eternal Idol” (1987) pertence a outra gravadora e, por enquanto, segue fora do pacote – justamente o melhor da série.
Vilipendiado, espancado, desprezado, menosprezado e até mesmo odiado, Tony Martin é o segundo vocalista que mais tempo cantou no Black Sabbath, segurando a barra na mais desprestigiada fase da banda. Poder ser muita coisa, menos um músico ruim.
Ele paga o preço pelos inúmeros erros cometidos pelo guitarrista Tony Iommi, o pai dos riffs e o pai do metal, a partir dos anos 80. Com um feeling bluesy e voz rouca e potente, foi o fiel escudeiro de Tony Iommi para evitar o desaparecimento de uma marca poderosa, mas desprezada pelo mercado naqueles tempos difíceis.
Ninguém queria saber do Sabbath, mas Martin persistiu, mesmo injustiçado com a “demissão” em 1991 para que Ronnie James Dio voltasse e o Black Sabbath reeditasse a formação de 1980-1982. Essa formação implodiria em menos de um ano, e logo o “operário” Martin estaria de volta…
Os relançamentos fazem justiça a um músico que nunca foi brilhante, mas que se esforçou demais em uma banda na qual ninguém apostava mais nada e ninguém queria tocar – por incrível que pareça.
Se alguém tem dúvidas a respeito de sua capacidade, é só ouvir a coletânea “The Sabbath Stones”, que traz uma quantidade necessária de músicas boas dessa fase não tão espetacular, mas digna, do Black Sabbath.
A surpreendente decisão de Iommi tem a ver, certamente, com o reatamento da amizade entre os dois, justamente quando o Black Sabbath acabou de fato.
Martin reclamou em uma entrevista, por volta de 2012, que não entendia o motivo de Iommi nunca mais o ter procurado ao menos para bater um papo desde 1996, quando a turnê “Forbidden” acabou e o guitarrista embarcou no projeto de volta da formação original, com direito a Ozzy Osbourne cantando.
Mais recentemente, Tony Martin tinha dito que ficou honrado e surpreso com uma ligação de Iommi, do nada, para saber como ele estava e o que estava fazendo da vida.
Laços reatados, ficaram de discutir a possibilidade de trabalharem juntos novamente em um projeto novo. A caixa com os CDs da época 1989-1995 pode ser o início dessa parceria, já que são pequenas as chances de o Black Sabbath ressuscitar.
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