Queen – Fase III (1982-1989): O reinado do populismo
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Os álbuns da fase anterior (1975-1980) revelaram para o Queen a trilha do sucesso comercial, e assim conquistaram vendas estratosféricas de cópias e ingressos de shows. O nome da banda alcançara reconhecimento mundial dentro do universo rock, e seus integrantes perceberam que poderiam extrapolar esse limite de gênero, o que os levou a almejarem o primeiro lugar das paradas pop durante os anos 1980.
A primeira investida nessa direção não foi bem recebida. “Hot Space” desagradou os roqueiros, sentindo-se traídos pelas composições dançantes e com emprego de bateria eletrônica e sintetizadores. Afinal, o Queen se orgulhava de não recorrer a recursos eletrônicos em suas gravações, declarando nos créditos de seus álbuns a frase “No synths.” Nenhuma faixa do disco alcançou o apelo comercial intencionado.
“The Works”, o álbum seguinte, insistiu nesse direcionamento pop, mas com duas composições hard rock para agradar os antigos fãs. “Tear It Up” e “Hammer to Fall” conseguiram esse feito, porém, as faixas que conquistaram os desejados primeiros postos das paradas pop foram “I Want to Break Free” e “Radio Ga Ga”, impulsionados por videoclipes megaproduzidos. Hoje, em análise distanciada pelo tempo, se evidencia que a melhor composição de “The Works” é “It’s a Hard Life”, fiel ao estilo tradicional do Queen.
De novo no topo, o Queen consegue nova chance de se aproximar do cinema, anos após a experiência com o fracassado filme “Flash Gordon”. O álbum “A Kind of Magic”, apesar de não exibir referências sobre isso em sua capa, é um conjunto de canções compostas para o filme “Highlander: O Guerreiro Imortal” (Highlander, 1986), dirigido por Russell Mulcahy. Das suas nove faixas, somente três não aparecem no filme (“Pain Is So Close to Pleasure”, “Friends Will Be Friends” e “One Vision”), as demais estão relacionadas à estória do guerreiro imortal. Desta vez, a banda acertou em trabalhar em uma produção que conquistou sucesso mundial nas bilheterias, e muitos hits surgiram do álbum, notoriamente a faixa título, “One Year of Love” e “Who Wants to Live Forever”.
A onda de sucesso manteve ótimas vendas do seguinte lançamento, “The Miracle”, apesar de esse ser um álbum com outro direcionamento, mais complexo musicalmente e com tom mais agressivo, já reflexo da descoberta da AIDS de Freddie Mercury. “I Want It All” se salvou como o único hit que tocou muito nas rádios. Era o prenúncio do capítulo final da banda.
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