Queen – Fase I (1973-1974): A procura por um trono
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A união dos quatro elementos com alto potencial criativo que formaram o Queen levou certo tempo para construir um trabalho que poderia ser devidamente considerado de conjunto. Apesar de que certo individualismo nas composições viesse a se confirmar no futuro, já que poucas músicas são de coautoria entre os membros, nessa primeira fase, que compreende os três primeiros álbuns – “Queen” (1973), “Queen II” (1974) e “Sheer Heart Attack” (1974), os integrantes não só assinam individualmente as faixas, como se pode distinguir claramente o estilo de música de cada um. O Queen ainda buscava a química que resultaria no som característico do grupo.
O baterista Roger Taylor se distinguia de seus companheiros com maior evidência. Em parte pelas características não melodiosas de seu instrumento, e também por assumir o microfone com sua voz rouca, Taylor compunha canções mais agressivas, que alguns ousam afirmar que davam o tempero rock’n’roll aos discos do Queen. No álbum de estreia, emplacou a acelerada “Modern Times Rock’n’Roll”, com forte pegada ledzeppeliana. Para o segundo disco, Taylor se inspirou em outro dinossauro surgido no final dos anos 1960, o Black Sabbath, compondo uma cadenciada música onde a bateria está à frente dos demais instrumentos: “The Loser In The End”. O amadurecimento de Taylor surge em “Tenement Funster”, uma canção melodiosa e pesada ao mesmo tempo, com várias características que formavam o som do Queen que estava definitivamente nascendo.
Já a distinção entre as composições de Freddie Mercury e Brian May resultava em uma saudável competição, incentivada pela própria banda, que chegou a dividir os dois lados do LP “Queen II” em “lado branco”, com músicas de May (mais “The Loser In The End” de Roger Taylor), e em “lado preto”, com canções de Mercury. Alguns procuram simplificar as diferenças entre os dois compositores, reduzindo a um tom mais alegre e leve de Mercury em relação a May. “Ogre Battle” e “The March of the Black Queen”, músicas pesadas de Freddie Mercury derrubam essa teoria. O mais acertado seria afirmar que as composições de Brian May, naturalmente, são mais orientadas para as guitarras. Bons exemplos disso são “Brighton Rock” e “Now I’m Here”.
Mas em “Sheer Heart Attack”, o Queen começa a amalgamar as forças criativas de seus músicos, e nasce a primeira faixa assinada pelo grupo: “Stone Cold Crazy”, um petardo que faria o Metallica gravar um cover que não conseguiu superar o peso desta versão original. John Deacon consegue que uma de suas composições, “Misfire”, entre no disco. Porém, esta, “Tenement Funster” e as demais músicas de Brian May e Freddie Mercury já revelam a criação conjunta que viria a explodir a partir do álbum seguinte. “Killer Queen” se mostrava uma fórmula a ser replicada continuamente na carreira da banda, e que se resumia a pegar um gênero musical e transformá-lo em uma canção pop/rock.