Raiva e sangue nos olhos, o estilo de vida metal de Max Cavalera
Um novo projeto em família para revigorar a garra pelo metal. Max Cavalera, a mente por trás do Soulfly e fundador do Sepultura, se derrete pelo novo disco, “Go Ahead and Die”, da banda de mesmo nome que montou com o filho Igor Amadeus.
Em participação no canal Heavy Culture, no YouTube, Max comentou sobre o novo trabalho: “é totalmente cru, não tenta ser sofisticado, é o contrário, a gente abraça a podreira”, afirmando que está muito feliz com o álbum e que a recepção está muito boa e que muita gente quer ver esse material ao vivo.
Carregando uma pegada mais crua e primitiva, o disco autointitulado do trio (o baterista Zach Coleman completa a formação) é um reflexo das influências de Max, principalmente naquilo que ele ouvia na década de 1980, dizendo que “esse disco está na sua coleção desde os anos 80, só que saiu semana passada. Aquele sentimento que você já tem esse disco, e você tem esse disco desde 87, na sua coleção de discos antigos desde 87, mas saiu esse ano, saiu agora”.
Deixando bem claro que será metaleiro para o resto da vida e que vendeu sua alma para o metal, Max relembrou a fase em que ficou distanciado desse seu irmão Iggor Cavalera, comentando sobre o primeiro show de retorno dos dois juntos aos palcos e os projetos que vieram a seguir.
Outro projeto que ele está envolvido agora, as lives do Max Tracks, é na verdade, segundo ele, um jeito de mostrar aos fãs como ele criou aqueles riffs, sem cobrar nada por isso. Enquanto trabalha na divulgação do Go Ahead And Die e do Killer Be Killed, Max segue compondo para o próximo disco do Soulfly.
Ele revelou também qual seu álbum preferido do Cavalera Conspiracy, citando “Psychosys”, onde há um nível maior de raiva e “sangue nos olhos”, segundo comentou, lamentando que não houve turnê de divulgação do álbum. Um novo álbum do Cavalera Conspiracy, talvez um EP, só será visto após das turnês do Soulfly.
Questionado por ser uma influência para inúmeras bandas ao longo das décadas, Max diz: “eu sou um estudante de Metal, tento achar bandas novas e entro em contato com elas, eu continuo sendo influenciado, mas eu acho muito legal influenciar outras bandas, como o Gojira, influenciado pelo “Roots”. Vejo que o trabalho não foi em vão”, mas admite: “eu sou mais influenciado do que influenciador”.
O ídolo do metal brasileiro sente muito orgulho do passado e da época em que mal sabiam tocar e falar inglês. Recentemente ele, Jairo Guedz (guitarra) e Iggor gravaram uma versão estilo “quarentena” de “Antichrist”, o que fez Max relembrar aquela época: “a gente era moleque, não sabia tocar direito, eu nem falava inglês direito, meio que ia imitando o Venom, Bathory… então é uma coisa muito legal esse lance… É totalmente verdadeiro o sentimento que a gente passa nesses discos, mas a gente tá com raiva, juntamente com a situação que a gente tava no brasil, a gente tava bem revoltado. O Brasil naquela época era um pais perfeito para esse tipo de som, e hoje também”.