Deep Purple reaparece com ótimo álbum e quatro novos CDs ao vivo


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Um pacotaço de álbuns do Deep Purple chega ao Brasil em versão nacional, em CD e em DVD, na esteira do mais recente lançamento da banda, “InFinite” – tudo cortesia da Shinigami Records.
E quem estrela o pacote de álbuns é justamente o mais novo trabalho de estúdio, que tudo indica que será o último da carreira da banda, que completa 50 anos de sua fundação em 2017.
O vocalista Ian Gillan concedeu uma série de entrevistas a jornalistas brasileiros para falar de “InFinite” e também dos shows que a banda fará por aqui no final do ano, ao lado de Lynyrd Skynyrd e Tela. Nas conversas, não quis cravar, mas deixou no ar que a banda deve mesmo parar e que a atual deverá ser a última turnê.
“InFinite” é um álbum de muita qualidade, mas não teve o impacto que o anterior, “Now What?”, apresentou quando foi lançado, em 2013. Se “Now What?” surpreendeu com músicas excelentes, o mais recente manteve o pique, mas sem brilhantismo.
O destaque do álbum é a abertura, “Time for Bedlam”, uma das raras letras politizadas da banda, com um clima soturno e pesado. Também é muito boa “The Surprising”, que abusa dos teclados de Don Airey, assim como a anterior.
Além do álbum de inéditas mais recente, o pacote traz quatro álbuns ao vivo. “From the Setting Sun” e “…To the Rising Sun” são “conjugados”, digamos assim.
São combos CD e DVD, mas também podem ser encontrados separadamente. O primeiro CD duplo foi gravado na turnê mundial de “Now What?”, e teve como palco o fantástico festival Wacken, na Alemanha.

Da mesma turnê é “…To the Rising Sun”, que traz um registro feito no Japão e com uma lista de músicas diferente do show alemão. Embora a idade comece a pesar para os músicos, como podemos ver na voz cansada de Gillan, os dois shows são ótimos, com excelente qualidade de som e um repertório bacana, que foge um pouco do usual.
E finalmente temos uma edição caprichada e interessante do magnífico “California Jam”, que é um dos primeiros shows realizados com Glenn Hughes (baixo e vocais) e David Coverdale (vocais), em 1974.
Realizado em um autódromo nos arredores de Los Angeles, o festival também contou com Black Sabbath e Emerson, Lake and Palmer, mas foi o Deep Purple que fez o grande show, com uma performance eletrizante do guitarrista Ritchie Blackmore e uma presença de palco impecável de Coverdale.
O último CD traz uma rara apresentação ao vivo da última formação do grupo antes da separação. “Long Beach 1976” é mais um tesouro dos arquivos da banda, e é importante porque registra no palco a desintegração do quinteto.
Não é um show ruim, já que Tommy Bolin, o substituto de Blackmore, que saíra no ano anterior, mostra qualidade e alguns lampejos de genialidade.
No entanto, a performance está longe de ser memorável, por mais que Coverdale e Hughes se esforçassem para carregar o grupo até um final digno naquela apresentação, tendo de lidar com o errático Bolin e os desinteressados Jon Lord (teclados) e Ian Paice (bateria).
De qualquer forma, é muito bom saber que ainda existem selos interessados em licenciar e trazer para o Brasil versões nacionais de trabalhos de qualidade e de bandas icônicas como Deep Purple.