Livro: Van Halen Rising (2015)

O leitor encontrará em “Van Halen Rising” uma biografia com características bem particulares. O autor, Greg Renoff, é PhD em história americana pela Brandeis University, o que explica sua obsessão em referenciar todas as informações contidas na obra – há 715 notas registrando a fonte de cada dado, muitas delas sendo outras publicações e outras depoimentos. Neste quesito, é essencial saber de antemão que os membros do próprio Van Halen, com exceção de Michael Anthony, não foram entrevistados. Renoff conversou com as pessoas que testemunharam o surgimento da banda, muitos deles anônimos colegas e amigos da época, e também músicos daquela cena, como Chris Holmes, Tracy G. e George Lynch, além do produtor Ted Templeman.
Basicamente, o período abordado vai desde a vinda da família Van Halen para os Estados Unidos, até a turnê de lançamento do álbum de estreia. A história da banda é contada a partir da iniciação musical de Edward e Alex Van Halen, que formaram a banda Mammoth, um power trio com o baixista Mark Stone, quando Eddie precisava assumir os vocais. A banda cover chegou a contar também com um tecladista, Jim Pewsen.
O interessante no relato descreve a insistência de David Lee Roth para se juntar ao grupo. O postulante a vocalista, que ainda não sabia cantar, chegou a ser recusado pelos Van Halen após uma audição que comprovou sua inabilidade musical. Mas ele era uma figura carismática, boyzinho galã nas escolas de Pasadena, cidade da grande Los Angeles onde todos moravam. Além de boa pinta, tinha grana – na verdade, seu pai, um oftalmologista de sucesso é que bancava as vontades do filho. Acabou conseguindo o posto desejado, e foi essencial para que o Van Halen não desistisse no meio do caminho.
No famoso episódio envolvendo Gene Simmons, do Kiss, que levou a banda ao produtor Bill Aucoin, que não os contratou, Roth não deixou a peteca cair e levantou os ânimos dos outros membros. Trabalhou muito na divulgação do Van Halen, seja em rádios locais ou em casas noturnas na Sunset Strip, como o Gazarri’s.
Antes de chegar à Sunset Strip, o livro mostra as festas de quintal do Van Halen, em Pasadena, que cresceram em tal proporção que seus shows viraram alvos de batidas policiais, diante de tanto público, que fazia muita baderna, exagerando nas bebidas e drogas.
Greg Renoff adotou um estilo peculiar de estruturar os capítulos de “Van Halen Rising”. A primeira parte geralmente traz uma prévia de um acontecimento que depois será detalhado ao longo do capítulo. Num desses trechos antecipados, ele conta como Eddie Van Halen quase morreu de overdose quando abriram um show do UFO em Los Angeles, em 1976.
O livro pega fogo junto com a ascensão da banda. Após serem contratados pela Warner Brothers, “Van Halen Rising” conta sobre a gravação do LP de estreia, as últimas e caóticas apresentações de bairro, a escolha da capa do disco, a primeira tour ao lado de Ronnie Montrose e Journey, e abrindo para um decadente Black Sabbath.
Há um subtítulo que apela para as vendas: “How a Southern California backyard party band saved heavy metal” (“Como uma banda de festa de quintal do Sul da California salvou o heavy metal”), justificado pelo argumento do autor de que na época reinavam a música disco (“Saturday Night Fever”), AOR (Boston, Foreigner) e o punk (Ramones).
Título: Van Halen Rising
Autor: Greg Renoff
Editora: ecw press
Ano: 2015
Idioma: Inglês
ISBN: 978-1-77041-263-7

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