Resenha de show: Sabaton em São Paulo – 30/10/2016
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Apesar de já contar com 17 anos de carreira, o Sabaton continua conquistando novos fãs, inclusive no Brasil. Os suecos excursionaram por aqui no ano passado e repetem a dose agora, desta vez divulgando o álbum “The Last Stand”. E, um dia depois de tocarem em Belo Horizonte, subiram ao palco do Via Marquês, em São Paulo.
Antes do Sabaton, às 19h começou a apresentação do Armored Dawn, banda nacional de metal que também inclui batalhas épicas entre os temas de suas composições. Até pouco tempo atrás, usavam o nome Mad Old Lady. O vocalista Eduardo Parras impôs seu timbre grave e rouco para agitar o público que encheu a pequena casa de shows paulista, que respondeu positivamente. Ainda que suas composições não contenham melodias pegajosas como as do Sabaton, o virtuosismo do baixista Fernado Giovannetti, o involuntário charme de se ter um guitarrista finlandês – fato explorado durante a apresentação – e a presença de uma violinista (Ana Paula Eloi, bem aproveitada no estilo folk da música “Rose Tattoo”), foram os ingredientes suficientes para esquentar o público. E, para não deixar dúvidas, incluíram ainda o cover de “Rainbow in the Dark”, do Dio. Méritos também para a produção, por escalar uma abertura coerente com a atração principal.
Os fãs já gritavam “Sabaton” quando o baterista Hannes van Dahl se sentou em seu instrumento para abrir o show com “Ghost Division”, que começou com os gritos de “Boa noite, São Paulo” do vocalista Joakim Brodén. Com samplers para os sons de teclados e vocais de apoio cantados com precisão pelos guitarristas Chris Rörland e Tommy Johansson e pelo baixista Pär Sundström, o som dos guerreiros do metal soava encorpado.
Já na segunda música, “Sparta”, do novo disco, se notava que a estratégia de divulgar lyric vídeos funciona. Aproveitando a melodia cativante do estilo de composição do Sabaton, os fãs mostravam que estavam prontos para cantar junto com a banda todas as letras. É claro que os coros de “ôôôô”, como em “Swedish Pagans”, contribuem para que todo mundo cante.
O recentemente incorporado Tommy Johansson foi apresentado por Joakim Brodén. O grandalhão guitarrista mostrou muita animação e uma boa performance nas suas partes soladas durante o show, formando uma boa dupla com Chris Rörland. Em questão de apresentação no palco, todos os três instrumentistas de cordas apresentaram coreografia ensaiada agitando seus cabelos enquanto tocam.
A duração média de 4 minutos que tem cada música do Sabaton dava a dose certa de energia para muita interação do público, que respondia com energia aos comandos de Joakim Brodén. Em “40:1” e “Shiroyama”, os fãs levantaram suas mãos e acompanharam com palmas partes das músicas. Em “To Hell And Back”, saltaram ao ritmo de dança de guerra. Rolaram até algumas rodas de poga.
A iluminação contava com muitos jatos de luzes coloridas, que foram abundantemente utilizadas para imprimir mais agito. O som, porém, estava um pouco abafado e causava certo embolamento nas partes com harmonias mais complexas.
O visual de militar de Brodén não o impede de ser bem-humorado. Prova disso aconteceu antes de “Resist and Bite”, na qual ele toca guitarra base. Primeiro, brincou que nem sabia tocar, e depois começou a puxar, de zoeira, “Master of Puppets” do Metallica, e acabou cantando até o início da primeira estrofe.
A parte principal do show fechou com “Winged Hussars”, e o bis começou com “Night Wishes”. Mas a mais aguardada da noite era “Smoking Snakes”, baseada na experiência do exército brasileiro na Segunda Guerra Mundial. Como já se esperava, foi o ponto alto da apresentação, impressionando Brodén a ponto de ele tirar seus óculos de sol para agradecer. E, despido desse acessório, ele anunciou o encerramento com “Primo Victoria”.
Foi uma noite onde tudo esteve na medida certa. O tamanho da casa comportou bem o público que a encheu. A abertura contou com uma banda no mesmo estilo da atração principal. E o show compacto de uma hora e meia esteve de acordo com as injeções de ânimo das curtas músicas do Sabaton. Acima de tudo, é recompensador assistir um show como esse, onde público e músicos interagem com intensidade.
Set list:
1 Ghost Division
2 Sparta
3 Blood of Bannockburn
4 Swedish Pagans
5 Carolus Rex
6 40:1
8 The Lost Battalion
9 To Hell and Back
10 Shiroyama
11 Resist and Bite
12 Far from the Fame
13 The Lion From the North
14 Winged Hussars
15 Night Witches
16 Smoking Snakes
17 Primo Victoria
Por Eduardo Kaneco
Veja fotos do show (fotos: Eduardo Kaneco):
Assista vídeos do show: