Resenha: "Requiem for the Indifferent" – Epica
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A banda holandesa Epica lança seu novo álbum, sucessor de “Design Your Universe”, de 2009, que surpreendera por ser o mais pesado de toda sua carreira. “Requiem For The Indifferent” traz algumas passagens pesadas, com vocal gutural, riffs sujos e pedal duplo em máxima velocidade, mas tem muito menos peso que o lançamento anterior.
Dessa vez, volta-se a se destacar a proximidade com música de trilha sonora, principalmente na introdução “Karma” e na faixa bônus da edição americana, “Twin Flames”, apropriadamente com subtítulo de “versão trilha sonora”. Essa característica esteve presente no Epica desde os seus primeiros discos, assim como também na música de outras bandas do gênero (Nightwish, Lacuna Coil, After Forever, etc).
A produção, a cargo de Sascha Paeth, deixou o som muito limpo e cristalino, privilegiando, em sua maior parte, a voz de Simone Simons em detrimento das guitarras, que aparecem em destaque nos momentos em que entram os vocais guturais masculinos, com em “Monopoly on Truth” e “Stay The Course”, ou em “Deter the Tyrant”, que é conduzida pelas guitarras. Os corais também ganham importância em vários trechos do álbum (“Delirium”, “Internal Warfare” ).
Não ficaram de fora, e nem poderiam depois da bem-sucedida experiência em “The Classical Conspirancy” (2009), os arranjos orquestrados, presentes ao longo de todo o álbum.
Simone Simons canta em tons muito altos em “Internal Warfare”, mas tem seu melhor momento nas partes lentas, como na interpretação da bela canção ecológica “Deep Water Horizon” e no drama amoroso “Avalanche”.
A canção título é uma faixa épica com influências de música indiana, com longos trechos instrumentais, inclusive orquestrados, muitas variações de riffs, vocais “a bela e a fera” (voz feminina limpa contrastando com masculina gutural), enfim, bem trabalhada e rica em conteúdo musical. As outras composições longas são a mais direta “Monopoly on Truth” e “Serenade of Self-destruction”, que promove uma sensação claustrofóbica e angustiante, produzida por repetições de harmonias do teclado. De fato, o Epica consegue mexer com os sentimentos do ouvinte: a curtíssima “Anima”, ao contrário de seu título, tem teclados que levam qualquer um a uma crise depressiva
Com as composições bem diversificadas de “Requiem For The Indiffeent” o Epica toma o caminho mais fácil: conseguirá agradar todos os seus fãs, sejam aqueles mais “puristas”, que preferem as características dos primeiros discos, ou aqueles que gostaram mais do peso do último. Estes, entretanto, poderão ficar decepcionados por constatarem que esse direcionamento mais pesado não significou um novo rumo para a banda.
Por Eduardo Kaneco